A VERDADE ESTÁ LA FORA
(Silmara Dorval Machado)
“A verdade está lá fora”; esta é a mais célebre frase da franquia Arquivo X, uma das séries mais cultuadas no Universo Nerd, e que explorou as diversas teorias conspiratórias sobre as atividades secretas do governo como, por exemplo, a possibilidade de já termos tido contato com extraterrestres.
O fascínio pelo céu não é coisa nova, os primeiros líderes espirituais e sábios da humanidade eram astrônomos amadores, guiados pelo movimento das estrelas no céu. Percebendo a existência de padrões entre a posição dos astros, eles eram capazes de prever quando se iniciariam as chuvas, quando viriam as épocas de secas e as melhores estações para plantar e colher.
Tamanha era a influência dos astros na vida de nossos antepassados que eles acreditavam que o destino dos homens estava escrito nas estrelas. Assim, aqueles responsáveis por ler o futuro nas estrelas eram chamados de Astrólogos. Quando os homens passaram a se indagar qual era nossa origem, entre as respostas mais comuns estava a vontade de um ser ou de seres superiores, surgindo, portanto, aqueles que acreditavam que nossa descendência vinha dos céus.
EM BUSCA DA TERRA PERDIDA
A vida é um evento extremamente raro. De todos os 8 planetas do sistema solar,o único onde a vida se manifestou, em sua forma mais simples - uma bactéria - até a sua forma mais complexa - seres humanos pensantes, capazes de exterminar esse milagre dos cosmos com seu egoísmo -, o único em que vemos essa ocorrência é no Planeta Terra. Desta forma, a pergunta que nos fazemos é: estaríamos sozinhos neste vasto Universo?
Atualmente sabemos que a nossa Galáxia contém cerca de 300 Bilhões de Estrelas, e que no universo existem bilhões e bilhões de Galáxias com seus bilhões de Estrelas, cada uma das galáxias com seus próprios planetas. Será que esse acidente cósmico chamado vida não teria ocorrido em outros lugares? A busca pela resposta dessa pergunta deu origem a um novo ramo da ciência: a Astrobiologia.
I) CANDIDATOS A VIDA
A busca pela vida depende de uma pergunta crucial ainda sem resposta: qual a origem da vida? Embora não tenhamos uma resposta definitiva, alguns ingredientes da receita já são conhecidos:
Solvente universal, em outras palavras, água no estado líquido.
Existência de Carbono, Hidrogênio, Enxofre e Oxigênio.
Uma atmosfera, nem muito densa e nem muito rarefeita.
Se localizar no Goldilocks, uma região do sistema solar onde as temperaturas não são nem muito elevadas e nem muito baixas.
Partindo desse princípio, a ocorrência de vida poderia ser um fenômeno muito comum. O astrônomo Frank Drake estimou o número de planetas candidatos a abrigar vida na Via Láctea e que poderia entrar em contato conosco. Segundo Drake, o número de civilizações estaria na casa dos de 10 mil.
Baseado nessa estimativa foi inaugurado o projeto SETI (sigla em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre). O projeto consiste em capturar todos os sinais oriundos do espaço e fazer uma filtragem na tentativa de detectar qualquer indicio de vida inteligente.
Desde o início do projeto, na década de 70, até a presente data não houve sequer um sinal candidato à vida inteligente. Uma exceção notória, porém controversa, foi o sinal WOW, que era totalmente diferente dos ruídos do Universo, e poderia ser uma manifestação de vida inteligente. Contudo, esse sinal ocorreu apena uma vez, e sua causa poderia ser atribuída a diversos outros fatores.
Assim voltamos a pergunta original? Há vida lá fora? Onde eles estão?
II) 10 MIL CIVILIZAÇÕES EXTRATERRESTRES, SÓ QUE NÃO...
Se o número de civilizações extraterrestre chegam à casa dos 10 mil, por que não conseguimos ainda nenhuma evidência da existência delas?
Uma possibilidade seria a distância, já que todo sinal que enviamos demora certo tempo para chegar ao seu objetivo. Se uma civilização que tenha desenvolvido meios de comunicação avançados e esteja, digamos, a 300 anos-luz, emitir nesse exato momento um sinal, nós só iríamos receber a mensagem daqui - adivinhe! - 300 anos. Talvez os nossos vizinhos cósmicos já tenham emitido sinais, mas eles ainda não nos alcançaram.
Outra possibilidade é a descoberta de novos fatores que influenciam a existência da vida e reduzem quase a zero a ocorrência de vida. Entre os novos ingredientes para ocorrência de vida temos:
A necessidade de uma lua. A lua ajuda a manter os pólos da Terra alinhados; sem ela, nosso planeta daria uma espécie de cambalhota, expondo a vida a condições tão severas que ela possivelmente não se desenvolveria.
A necessidade de um campo magnético que desvie os raios cósmicos. O Universo é um ambiente bastante inóspito, os chamados raios cósmicos tem a capacidade de matar qualquer forma de vida, por mais desenvolvida que ela seja.
A existência de um gigante gasoso como Júpiter. Além dos raios cósmicos, meteoros, asteroides e cometas, constantemente encontram seu derradeiro abrigo em planetas. Júpiter desempenha um papel fundamental para vida na Terra. Devido a sua gravidade gigantesca ele acaba atraindo boa parte dos corpos celestes que poderiam se chocar na Terra e aniquilar a vida.
Alguns cientistas aventam que talvez a vida ainda não tenha tido tempo para se desenvolver. Desta forma, levando em conta esses fatores, talvez a vida seja um evento extremamente raro.
E nesse sentido qual é o objetivo da Astrobiologia? Além da busca por condições de existência em vida em outros planetas, inclusive na sua forma mais simples, a Astrobiologia desempenha um fator crucial para nossa sobrevivência: detectar se algum desses planetas um dia possa servir de novo lar, quando a Terra se tornar inabitável, seja pelas nossas ações desenfreadas, seja pelas inúmeras ameaças cósmicas.
Professora Silmara Dorval Machado, Bióloga formada pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP no ano de 2005. Atualmente leciona a disciplina de Biologia na Escola Estadual Maria Eliza Bocayuva Corrêa da Costa, disciplina de Ciências na Escola Municipal Professor Antonio Lopes Lins e Introdução á Química e Física na Escola Municipal Etalivio Pereira Martins.
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