Teoria dos Quatro Elementos
(Rogers Espinosa)
A principio, equipamentos sofisticados para a determinação da composição da matéria não eram disponíveis ao ser humano. Coube aos primeiros pensadores gregos a tarefa de definir de que forma o mundo seria formado.
Tales de Mileto (624-544 a.C.) acreditava que a água, por ser primordial para a existência de vida, seria a substância geradora de tudo. O discípulo de seu discípulo Anaxímenes de Mileto (585 a.C.-528 a.C.) contrariava seus mestres ao afirmar que o ar seria a substância responsável por gerar todas as coisas no universo a partir de sua condensação em líquidos (água, álcool, etc.) e sólidos (pedras, metais, terra) respectivamente. Acreditava ser a alma constituída de ar, de forma que uma alma viva absorvia esse ar enquanto um morto não o fazia. Desse modo, ao espirrar, a alma poderia sair do corpo e desejar "saúde" seria uma forma de rogar aos deuses para que essa alma retornasse ao corpo. Hoje, involuntariamente, continuamos desejando “saúde” aos espirros alheios. Heráclito de Éfeso (540 a.C. - 470 a.C), outro filósofo grego, acreditava ser o fogo o elemento gerador de tudo.
Coube a Empédocles (490-430 a.C.) creditar a existência de toda a matéria a todos elementos propostos anteriormente mais um, bolando, assim, a Teoria dos Quatro Elementos (Terra, fogo, água e ar). Segundo sua teoria, tudo seria constituído desses quatro elementos, sendo a única diferença a proporção de cada um deles. Nunca um elemento poderia se tornar outro, apenas a proporção entre eles define as características de um determinado material ou de nossa própria personalidade. Segundo ele, o amor e o ódio seriam elementos antagônicos que poderiam promover a união ou separação desses quatro elementos.
Aristóteles (384-322 a.C.) adotou a Teoria dos Quatro Qlementos de Empédocles atribuindo-lhes um par de qualidades (seco, quente, frio e úmido). Assim, podemos associar as qualidades seco e quente ao fogo, úmido e frio à água, assim como visto na figura. Podemos também associar cada qualidade a dois elemento como, por exemplo, a mistura de ar e fogo daria a qualidade de seca a um determinado material.
Além desses quatro elementos em seu trabalho intitulado "Sobre o Céu" temos a aparição de um quinto elemento denominado Éter, chamado posteriormente de quinta essência, que seria o material do qual seriam constituídos os astros (sol, estrelas, lua). As idéias de Aristóteles levaram ao desenvolvimento de outras teorias que levaram ao surgimento da alquimia. Elas também fizeram com que as idéias a respeito da existência de átomos pelos filósofos gregos Leucipo de Mileto (500 a.C.) e seu discípulo Demócrito de Abdera (460-370 a.C.) fossem esquecidas por mais de 2.000 anos até sua retomada no começo do século XIX por John Dalton (1766-1844 d.C.), que possibilitaram o desenvolvimento da Química.
Referências
Strathern P. O sonho de Mendeleiev - A Verdadeira História da Química, editora Jorge Zahar, 2002.
O Conceito de Elemento da Antiguidade à Modernidade, Química Nova na Escola, n.16, nov. 2002.
Brasil Escola. Tales de Mileto: Tudo Começa na Água. Disponível em <https://www.brasilescola.com/filosofia/tales-mileto.htm> Acesso em: 15/04/2015.
Brasil Escola. Anaxímenes Disponível em: <https://www.brasilescola.com/filosofia/anaximenes.htm>
Brasil Escola. Empédocles. Disponível em: < https://www.brasilescola.com/filosofia/empedocles.htm> Acesso em: 15/04/2015.
Brasil Escola. Heráclito: o filósofo do fogo. Disponível em: <https://www.brasilescola.com/quimica/heraclito-filosofo-fogo.htm> Acesso em: 15/04/2015.
Mundo da Educação. Teoria dos Quatro Elementos. Disponível em: <https://www.mundoeducacao.com/quimica/teoria-dos-quatro-elementos.htm> Acesso em: 15/04/2015.